A pornografia apresenta uma representação profundamente danosa e irreal de sexo e sexualidade. É essencial desmistificar a noção de que a pornografia pode ser inocente ou benéfica para seus consumidores. A indústria pornográfica, em conjunto com estruturas patriarcais, mina ativamente a libertação do corpo feminino e os direitos das mulheres. Ao atender predominantemente a um público masculino, ela fomenta uma cultura de objetificação e violência contra mulheres e crianças.

A indústria pornográfica está associada a graves problemas, como estupro, tráfico de mulheres e crianças, pedofilia, desumanização e violações de direitos. O capitalismo agrava essas questões, tornando difícil encontrar artigos ou fontes credíveis que retratem com precisão a vulnerabilidade das mulheres nesse contexto. Consequentemente, muitas mulheres podem se deixar levar pela falácia liberal de que a pornografia é empoderadora.

É crucial que as mulheres reconheçam que a pornografia e a indústria pornográfica desumanizam e perpetuam sua marginalização na sociedade. Não há nada de empoderador na pornografia; no final, as mulheres são frequentemente retratadas de maneiras degradantes e desumanas nesses filmes. Da mesma forma, a divulgação de pacotes de fotos sensuais não empodera as mulheres, pois contribui para o conteúdo pornográfico, sustentando a indústria e dificultando os esforços para desmantelá-la. Em um sistema patriarcal, o que é prejudicial para as mulheres se torna lucrativo para outros, destacando a questão central.

Os efeitos prejudiciais da pornografia nos homens incluem comportamentos compulsivos, disfunção erétil e ejaculação precoce, entre outros. Para as mulheres, as consequências são vastas. Parceiros podem replicar a violência que observam no conteúdo pornográfico, enquanto meninos frequentemente imitam comportamentos sexuais influenciados por esse material.

Mulheres frequentemente experimentam violações de seus corpos, com imagens e vídeos de encontros sexuais casuais compartilhados sem consentimento.

Não existe pornografia feminista ou empoderadora. Dado que a indústria pornográfica é fundamentalmente misógina e violenta, ela não oferece qualidades redentoras ou elementos feministas. A pornografia nunca será um veículo para o feminismo; ao contrário, ela inflige dano, dor e trauma a milhões de mulheres. É importante que permaneçamos vigilantes à indústria pornográfica.

Indicações de leitura sobre o tema:
“Pornography: Men Possessing Women"- Andrea Dworkin. “The Feminist Porn Book: The Politics of Producing Pleasure" Este livro reúne ensaios de diversas autoras que discutem a interseção entre feminismo e pornografia, explorando a produção de conteúdo pornográfico que busca ser empoderador.

Autoras

Maria Dreher e Kelma Morgana